19/03/2021
9h às 12h
FÓRUM DIGITAL
Educação, Racismo, Mercado de Trabalho
Como participar?
O Fórum terá transmissão aberta no canal da Cátedra no YouTube. Não é preciso fazer inscrição prévia. O envio de perguntas e comentários será feito pelo chat do YouTube.
Haverá certificado de participação?
Sim. O link para preencher a lista de presença estará disponível na descrição do vídeo, mas só será aberta no final da atividade.
Leia abaixo a apresentação do Fórum, enviada pelos curadores Antonio Carlos "Billy" Malachias e Fabiana Lima (leia mais sobre eles ao final da página).
A colonialidade de poder que nos sistematiza enquanto nação, de base escravocrata e patriarcal, implica alto grau de desigualdade de rendimentos e funções no mercado de trabalho, bem como é marcada pela exclusão de acesso e permanência das populações negras e indígenas no sistema
educacional, da escola básica à formação superior.
Na mesa de abertura do "I Seminário Internacional da Coalização Negra por Direitos", realizado em novembro de 2019, ao se referir ao contexto político de domínio da extrema direita, a filósofa e ativista Sueli Carneiro disse: “Vivemos hoje quase que a repetição do cenário pós-abolição, libertos para morrermos à míngua ou com toda sorte de violência nas sarjetas desse país. É isso que as reformas que estão sendo instauradas aqui promoverão sobre a nossa gente. Em nenhum outro momento do pós-abolição, o projeto de extermínio da racialidade indesejada, que somos nós, se tornou tão evidente no Brasil e com tamanho apoio e/ou indiferença social, expondo negras e negros a chacinas, extermínios, genocídios, feminicídios e mortes previsíveis e evitáveis. Mais do que nunca, estamos por nossa conta.”
Tal marca de exclusão apresentada por Sueli Carneiro se agudiza ainda mais nos anos de 2020-21, quando a pandemia tem aprofundado a necropolítica e toda sorte de desigualdades que assolam as populações negras e indígenas, ainda subrepresentadas no cenário político nacional, apesar de
todas as lutas e disputas, sobretudo de narrativas, do movimento negro, cuja articulação é marcada não só por reivindicações de direitos, mas sobretudo por uma agenda propositiva com relação ao combate aos racismos, ao genocídio da juventude negra, à saúde da população negra, à produção de conhecimento comprometida com o combate ao epistemicídio de nossas instituições acadêmicas e escolares, à representatividade na política, vide a marca da supremacia branca também nos partidos políticos de esquerda.
Dessa forma, torna-se imperioso discutir na Cátedra de Educação Básica IEA/USP as imbricações entre educação, racismo e mercado de trabalho, levando em consideração na trajetória formativa e profissional das negras e negros convidada/os para o fórum, tanto os desafios enfrentados quanto o
debate em torno da reivindicação por direitos e políticas públicas de combate ao racismo, sexismo e discriminações correlatas. Da luta social dos movimentos negros, passando pela Conferência de
Durban, à legislação educacional de combate ao racismo e às políticas públicas afirmativas, a/os convidados discutirão não só a inserção de estudantes negra/os em áreas com baixo índice de profissionais negra/os e indígenas como também as possibilidades educacionais e de práticas
antirracistas no Ensino Médio e no Ensino Superior para tais segmentos populacionais.
Os participantes
— Jadir Anunciação de Brito — Doutor em Direito do Estado. Direito Constitucional. (PUC-SP) Professor do Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos (PPDH - UFRJ).
— Carolina Soares — Feminista negra, acredita na autonomia dos povos e na saúde Coletiva. É bacharel em saúde pela Universidade Federal do Sul da Bahia, e acadêmica de medicina na mesma instituição. Acredita na construção de uma saúde antirracista e integral!
— Janete Ribeiro — Mestra em Educação, Professora de História da Rede Faetec, membra do
NEAB Sankofa da Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch e intelectual da Tríade Academia, Ativismos e Escola Básica.
— Lélia Cristina da Rocha Soares — Geóloga, Doutoranda em Engenharia Química na Escola Politécnica da USP.
— Ygor Galhardo — Estudante de Engenharia de Produção na Escola Politécnica da USP.
Os curadores
Antonio Carlos "Billy" Malachias
Possui graduação e pós-graduação em Geografia pela Universidade de São Paulo, onde é pesquisador do Núcleo de Apoio à Pesquisa e Estudos Interdisciplinares do Negro Brasileiro, o NEINB. Também atua no Núcleo de Pesquisa em Geografia e Redes de Conhecimento e Saberes Pró-Meridionais da Universidade Federal de Pernambuco, e no Centro de Estudos Periféricos do Instituto das Cidades, na UNIFESP. É professor da Fundação Poli Saber e Consultor do MEC/SECAD para a coordenação e elaboração do Plano Nacional de Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana. Desde 2009, assessora Secretarias Estaduais e Municipais de Educação nas áreas de formação continuada e currículo.
Fabiana Lima
É professora adjunta da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Tem trabalhado com produção literária afro-brasileira, relações raciais na educação, artes negrodescendentes e diaspóricas, culturas africanas e afro-brasileiras, ensino de literatura, memórias orais, produção de material didático em educação para as relações étnico-raciais, saberes tradicionais, educação integral e formação de professores.