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Programas, projetos e iniciativas para formação de professores

Hortas, Jardins e Canteiros: como espaços educadores e reflexivos

Rosani Cristina Rigamonte

Este relato apresenta o Projeto Educação Ambiental, fruto da parceria entre a Faculdade FUNVIC de Mococa, Escola FUNVIC e o Departamento Municipal de Educação, com enfoque na formação de professores e gestores. Desenvolvido desde 2011, formado por três grupos distintos: o primeiro formado por 03 escolas municipais de educação infantil, com 53 professores e 500 alunos; o segundo formado por 10 professores dos anos iniciais de ensino fundamental da Escola FUNVIC com 700 alunos; e o terceiro formado por 16 diretoras e 10 coordenadoras, Da Rede Municipal de Educação Infantil.

Esta ação vem sendo estruturada pela Coordenação de Extensão e Pesquisa da Faculdade que elabora as atividades pedagógicas, discussões teóricas e materiais didáticos que são utilizados na capacitação dos professores e gestores da Educação Infantil da Rede Municipal e dos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental da Escola FUNVIC. As ações do projeto realizam-se através de reuniões mensais com os gestores e um (HTPC) mensal para os professores da Rede Municipal e encontros quinzenais com os professores da Escola FUNVIC.

Durante os anos de 2018 e 2019 as referências que alimentaram os estudos e ações desenvolvidas foram: Capra (2006),(2009); Cornell (2005),(2008); Legan (2007),(2009); Louv (2016) e Mendonça (2015). Como resultado desta trajetória, os estudos estão se direcionando para a construção de um documento comum que pretende propor diretrizes para Escolas Sustentáveis, conforme Legan (2009) e também de acordo com a Diretrizes do MEC para este propósito. As ações têm buscado cada vez mais a preservação de recursos naturais, o equilíbrio entre os pares, o envolvimento da comunidade e a construção de projetos participativos.

O fortalecimento deste grupo de estudo é o que tem possibilitado a consolidação de uma visão crítica à cerca da educação ambiental, tem amadurecido os estudos coletivos, novas ideias, princípios e até o fazer pedagógico tem se ressignificado a partir daí. Este percurso tem possibilitado ampliar a reflexão sobre a relação entre agricultura e educação, contribuindo para uma postura mais atuante destes gestores e professores.

Outro aspecto importante desta trajetória é o incentivo a criação de espaços educadores que proporcionem a observação da natureza em ação. Observar flores, alimentos, árvores, mudas, temperos, ciclos de vida e morte, ritmos, texturas e sabores, abre a possibilidade de entender que somos parte da natureza e que há todo um sistema vivo a ser observado, um universo de interações.

“Uma experiência de aprendizado no mundo real (plantar uma horta, explorar um divisor de águas, restaurar um mangue), que supera a nossa separação em relação à natureza e cria de novo em nós uma noção de qual é o lugar ao qual pertencemos; e um currículo no qual as crianças aprendam os fatos fundamentais da vida.” Capra (2005, p.240).

Estes laboratórios de experiências proporcionam vivências na e com a natureza, nos reconectam com o lugar, com a população, com a fauna e a flora do espaço o qual a escola e sua comunidade está inserida. Refletir sobre como as coisas estão relacionadas umas com as outras transforma toda uma rede de relações que se entrelaçam neste espaço e nesse entrelaçar firme e claro se constrói a educação e os saberes das crianças da comunidade envolvida.

Todo este percurso tem sido fundamental para que se possa ter certeza de que se está no seu caminho adequado e de que os elementos necessários para fortalecer esses princípios em cada um desses educadores que estão sendo formados. Cada jardim, cada canto, cada canteiro, cada muda, que vem sendo produzida, plantada e cuidada reflete esta interação entre leituras, reflexões, formação e mão na massa. Enfim, o mundo das relações humanas e naturais precisa ser o pilar da educação para o século XXI.

Referências

BOMBANA, Maria Célia B.; CZAPSKI, Silvia. Hortas na educação ambiental: na escola, na comunidade, em casa. São Paulo:Peirópolis, 2011.
CAPRA, Fritjof. Alfabetização Ecológica. Alfabetização ecológica: a educação das crianças para um mundo sustentável. São Paulo: Cultrix; 2006.
CAPRA, Fritjof. Ecoalfabetização. In: COVOUKIAN, Raffi (org.) Honrar a criança: como transformar este mundo. São Paulo: Instituto Alana, 2009.
CORNELL, Joseph. Vivências com a natureza: guia de atividades para pais e professores. São Paulo: Aquariana,2005, volume 1.
CORNELL, Joseph. Vivências com a natureza: guia de atividades para pais e professores. São Paulo: Aquariana,2008, volume 2.
LEGAN, Lúcia. Criando habitat´s na escola sustentável. IMESP, Pirenópolis, GO: Ecocentro IPEC,2009.
LEGAN, Lúcia. A Escola Sustentável: ecoalfabetizando pelo ambiente. IMESP, Pirenópolis, GO: Ecocentro IPEC, 2007.
LOUV, Richard. A última criança na natureza: resgatando nossas crianças do transtorno do déficit de natureza. São Paulo:Aquariana,2016.
MENDONÇA, Rita. Atividades em áreas naturais. São Paulo: Instituto Ecofuturo,2015.

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